A artrite reumatóide infecciosa crônica é uma doença sistêmica, e quando eu digo isso não estou me referindo somente ao fato dela acometer diversas partes do organismo, mas também diversas áreas da vida de uma pessoa.
Analisando a Pirâmide de Maslow e fazendo um comparativo com a AR, é possível notar que esse processo patológico está presente em praticamente todos os níveis da pirâmide, e de acordo com a teoria de maslow, só se chega ao pico da pirâmide se o indivíduo passar por todas as etapas da mesma.
Auto-realização | Impossível alcançá-la se os itens abaixo não se cumprirem. |
Auto-estima | Um dos pontos mais afetados, pois a doença acomete o físico provocando deformações e limitações. |
Afetivo-social | A aceitação se torna difícil, a sociabilidade se retrai, etc. |
Segurança | Impede estabilidade posto que é complicado conseguir um emprego, seu senso de auto defesa diminui, etc. |
Fisiológicas | Impede o lazer, pois algumas atividades, como jogar bola, ir a um show ou parque (necessidade de ficar em pé diminuída), conforto físico e até mesmo alimentação podem ser afetadas. |
Obs: Essa é uma teoria, ou seja, não necessariamente se aplicará a qualquer indivíduo.
Entendendo o fato da artrite ser um problema sistêmico (e não somente a AR,mas qualquer outro quadro patológico) observa-se a necessidade de uma sistematização no atendimento e tratamento ao cliente portador da AR. Não necessariamente toda dor e sofrimento relatado pelo indivíduo será conseqüência direta da doença, entrando aí a necessidade de acompanhamento de um outro profissional, que agirá na “causa da causa”, como um psicólogo por exemplo.
Resumindo o que foi dito, o cliente não deve ser visto apenas como o portador da doença, e até mesmo ser reconhecido assim (aquele cara com reumatismo, aquele cara com pneumonia..), muito pelo contrário, ele deve ser tratado de forma humanizada, pois ele é uma pessoa com vida e desenvolvimento psico-social próprios, logo ele enfrenta todos os problemas que uma sociedade possui.
Infelizmente esses problemas sociais que atingem o portador da AR, apesar da mesma intensidade sobre os outros indivíduos, tem um peso maior, pois a pessoa encontra-se debilitada e muitas das vezes não encontra amparo ou assistência para vencer esses obstáculos.
Nota-se então que o enfrentamento social se torna uma barreira no tratamento da artrite, e levando em consideração que esta é uma doença auto-imune e que o sistema imunológico está ligado a diversos fatores, inclusive ao emocional, esses problemas tendem a piorar o quadro geral do cliente, podendo ocasionar até mesmo o surgimento de outras doenças.
Conclui-se que há uma necessidade da criação de políticas que avaliem melhor a capacidade e o quadro de desenvolvimento da artrite no cliente, para então agir em conjunto com ele de forma eficaz e humanitária, evitando o desdém e o abandono social.
Mauricélio G.S