Sonhos

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Os sonhos podem ser interpretados como a energia necessária a continuidade de nossas vidas, pois é através deles que encontramos motivos para caminhar. Às vezes sonhamos em abraçar o impossível, e mesmo que oeste esteja distante, ainda persistimos em acreditar que algum dia o alcançaremos. O homem que não sonha, não vive, e se vive, está morto. Não digo morto fisiologicamente, porém, seu espírito compadece em grande aflição e dor, pairando sobre um abismo que pode não ter fim. Não devemos ousar deixar de sonhar, já que a própria realidade de nossas vidas são frutos do sonho de outros. A cada soar de uma canção podemos encontrar sonhos refletidos descrevendo outros sonhos já vividos que deixaram de ser ficção. Tudo ao nosso redor, um dia, foi um sonho de alguém que ousou ultrapassar os limites da realidade para fazer o impossível perder sua soberania e cair perante a força que o coração tem. Não existe limites para quem sabe sonhar. As limitações que experimentamos são frutos de nossas próprias ações, pois a cada dia deixamos morrer dentro de nós algum sonho, esquecido na mente daquela criança que outrora foi feliz.

Autor: Mauricélio
fonte: http://gartic.uol.com.br/bielves/desenho-livre/nao-deixe-de-sonhar-8

Dor

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A dor sempre foi algo importante dentro de diversas sociedades no decorrer dos séculos, e isso pode ser observado em variados rituais de algumas tribos em que a iniciação à vida adulta esta relacionado a algum estímulo doloroso, variando desde a perfurações pelo corpo à ataque de insetos diversos.


Espécie de luva contendo formigas onde a mão é colocada para iniciação indígena
Fonte da imagem: http://melhordamidia.blogspot.com/2010/08/ritual-das-formigas-tucandeiras-para.html



Apesar de ser sinônimo de honra em determinadas situações, a palavra dor sempre foi a causa de medo para o homem, pois a dor nada mais é que a resposta do corpo a algo incomum (na maioria das vezes), que não devia estar acontecendo. A dor pode ser causada por diversos tipos de estímulos internos (bradicinina, serotonina, histamina, etc) e externos (lesões, temperaturas altas, etc), e conseqüentemente a chance de iniciar uma resposta dolorosa é enorme. Essa grande porcentagem de chance de sentir dor e o medo desse estímulo pode ser percebido na gama de medicamentos hoje oferecidos pelas industrias farmacêuticas como os analgesicos, anti-histamínicos, AINES, etc.


É indiscutível o fato da dor ser importante em algumas sociedades e em outras apenas um alerta de uma não homeostasia do organismo. Sempre percebi nas pessoas uma certa fraqueza à respostas dolorosas e paulatinamente fui indagando se essa fraqueza era algo real ou apenas uma conseqüência de uma analgesia prolongada. O ser humano tem uma capacidade incrível de se adaptar a tudo, desde áreas sentimentais a físicas, como por exemplo, pessoas que vivem em determinados ambientes quase inabitáveis ou que suportam situações diárias extremas. Essa capacidade é percebida também em respostas dolorosas, e isso pode ser observado em pessoas com determinadas doenças crônicas em que o principal sintoma é a dor, em contraste com alguém livre de dores diárias. Pessoas portadoras de patologias crônicas tendem a suportar uma dor maior, porém suportar não é sinal de que a dor se tornou menor, e esse é um dos pontos que gera na sociedade um preconceito encoberto.

O preconceito à dor existe, e é esse um dos maiores rivais de doenças crônicas, mais especificamente das Artrites. Atualmente a sociedade julga como um alguém doente aquele que está aparentemente doente, e isso traz ao portador de Artrite uma certa dificuldade de se inserir nas diversas áreas sociais. Um exemplo desse preconceito está expresso na dificuldade de se conseguir emprego, pois a maior parte das empresas oferecem vagas apenas a deficiências aparentes, e esquecem que a dor também é incapacitante, a ponto de todas as sociedades, em diversas épocas e provavelmente futuramente, buscarem evitar esse estímulo.

A conseqüência dessa não inserção social é a reclusão ao lar, e isso vai gerar no portador de artrite reumatóide problemas psicológicos diversos, e concomitantemente a Lei do Uso e Desuso vai se refletir em seu corpo, piorando ainda mais seu estado podendo ter como resultado uma potencialidade de deformações físicas, agindo novamente sob o seu psicológico e iniciando um emaranhado de problemas.

É necessário então, a inclusão social do portador de artrites, e não somente dele, mas também dos portadores de qualquer doença crônica incapacitante pela dor, pois esses estados patológicos tendem a causar degenerações psico-físicas, e essas degenerações são imutáveis, tornando-se parte do paciente.

Mauricélio G.S

Incertezas

sábado, 28 de janeiro de 2012


Fonte imagem: http://delonplanet.blogspot.com/2010/12/certeza-do-incerto.html


Achei necessário escrever esse post, pois creio que as mesmas dúvidas que tenho são as dúvidas da maior parte dos portadores de doenças reumáticas. Um estado de patologia deve ser avaliado não somente pela doença em si, mas pelos diversos fatores que estão relacionados a esse problema como moradia, condição social, financeiro, gênero, etc. Todos esses fatores são conhecidos como DSS (Determinante Sociais de Saúde), e são responsáveis pelo bem estar de uma sociedade.

Logo, podemos analisar que apesar das doenças reumáticas terem um impacto comum em maior parte das pessoas com esse estado patológico, esse grau poderá variar de indivíduo para indivíduo, pois os DSS em indivíduos com doenças crônicas tendem a no mínimo diminuir suas dores psicológicas levando-o a uma melhor qualidade de vida, sendo que, o oposto também poderá acontecer, levando a uma piora do seu quadro. Analisamos a partir daí que nem todo paciente de doenças reumáticas serão parecidos em seu modo de pensar e agir devido a diversos fatores internos (genética, outras doenças, psicológico, etc) e externos (meio em que vive, amigos, saneamento, etc) que influenciarão e sua melhora ou piora.

Um dos fatores fortes que é interessante citar é o gênero (Feminino e masculino), pois a Artrite Reumatóide, em sua maior parte, está presente em mulheres, logo, podemos generalizar de certa forma as reações desses indivíduos à doença, não esquecendo que existem outros determinantes que também podem ter influencia sobre seu estado patológico.

Apesar do fato de ser homem também portador, percebi que grande parte de minhas dúvidas e dores são idênticas a todos os outros portadores que são mulheres. É certo que o peso da doença sobre cada gênero muda devido a questões sexuais, pois a doença causa incapacidades e essas incapacidades parecem ter um impacto diferente no homem. Um homem, por exemplo, que sente dores intensas pode se abalar por se sentir incapaz de manter uma família, e uma mulher pode se sentir incapaz de ser uma mulher “normal” para um homem.

Existe um ponto em comum em qualquer portador de doenças reumáticas, que é um psicológico instável. Não importa seu grau de satisfação, o psicológico em algum momento sempre varia entre saudável e doente, mesmo que por períodos ínfimos de tempo. O interessante é que todos os pensamentos são tão ligados um ao outro que as pessoas com essa enfermidade parecem ser uma só.

Percebi medo do futuro, de não conseguir construir uma família; medo de não conseguir manter uma família financeiramente ou até mesmo devido as limitações; dúvidas relativas a gravidez, medo de não conseguir estabilizar-se economicamente, etc. O interessante é que o medo maior vem não necessariamente da artrite, mas de suas causas externas, do que ela pode fazer com o indivíduo socialmente. É lógico que ninguém quer adoecer, mas seu impacto social é tão imenso que seu impacto patológico se encobre.

Parece que a artrite reumatóide é uma doença de ação fisiológica, porém de acometimento psicológico. Logo posso dizer que uma saúde mental boa é um bom passo não para a cura, mas para uma melhora geral de doenças reumáticas, lembrando que o psicológico também tem ação fisiológica (mais especificamente ligado ao sistema imune), e que a artrite está intimamente associada a esse sistema. Concluímos então que tratar de doenças reumáticas vai além de tratar do corpo, mas também da mente, e isso não é papel somente do portador, mas do meio e da sociedade em que vive, sendo importante o papel da família, parentes e amigos.


Mauricélio G.S

Super-herói existe sim

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012




Já sonhei ser um Herói,
Com armadura de metal,
Com um escudo bem brilhante,
E uma asa angelical.

Eu voava onde queria,
Almoçava no Japão,
Descansava no Hawaii,
E morava em Salomão.

Era forte como um touro,
Ágil como leão,
Esperto como uma águia,
Majestoso como um pavão.

Protegia as crianças,
De lobo-mal, bicho-papão,
Saci-Pererê, fantasma e monstros,
E de bandidos sem coração.

Só que o homem me falou,
Que super-homens não existem,
Só que eles não entendem,
Que herói existe sim,
Basta eles perceberem,
Como luto a cada dia,
Contra toda essa dor,
Que mora dentro de mim.

Artrite Reumatóide – Uma luta sem fim

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A artrite reumatóide infecciosa crônica é uma doença sistêmica, e quando eu digo isso não estou me referindo somente ao fato dela acometer diversas partes do organismo, mas também diversas áreas da vida de uma pessoa.

Analisando a Pirâmide de Maslow e fazendo um comparativo com a AR, é possível notar que esse processo patológico está presente em praticamente todos os níveis da pirâmide, e de acordo com a teoria de maslow, só se chega ao pico da pirâmide se o indivíduo passar por todas as etapas da mesma.


Fonte da imagem: http://novo-mundo.org/opiniao/wth-e-piramide-de-maslow.html


Auto-realização

Impossível alcançá-la se os itens abaixo não se cumprirem.

Auto-estima

Um dos pontos mais afetados, pois a doença acomete o físico provocando deformações e limitações.

Afetivo-social

A aceitação se torna difícil, a sociabilidade se retrai, etc.

Segurança

Impede estabilidade posto que é complicado conseguir um emprego, seu senso de auto defesa diminui, etc.

Fisiológicas

Impede o lazer, pois algumas atividades, como jogar bola, ir a um show ou parque (necessidade de ficar em pé diminuída), conforto físico e até mesmo alimentação podem ser afetadas.

Obs: Essa é uma teoria, ou seja, não necessariamente se aplicará a qualquer indivíduo.



Entendendo o fato da artrite ser um problema sistêmico (e não somente a AR,mas qualquer outro quadro patológico) observa-se a necessidade de uma sistematização no atendimento e tratamento ao cliente portador da AR. Não necessariamente toda dor e sofrimento relatado pelo indivíduo será conseqüência direta da doença, entrando aí a necessidade de acompanhamento de um outro profissional, que agirá na “causa da causa”, como um psicólogo por exemplo.


Resumindo o que foi dito, o cliente não deve ser visto apenas como o portador da doença, e até mesmo ser reconhecido assim (aquele cara com reumatismo, aquele cara com pneumonia..), muito pelo contrário, ele deve ser tratado de forma humanizada, pois ele é uma pessoa com vida e desenvolvimento psico-social próprios, logo ele enfrenta todos os problemas que uma sociedade possui.


Infelizmente esses problemas sociais que atingem o portador da AR, apesar da mesma intensidade sobre os outros indivíduos, tem um peso maior, pois a pessoa encontra-se debilitada e muitas das vezes não encontra amparo ou assistência para vencer esses obstáculos.


Nota-se então que o enfrentamento social se torna uma barreira no tratamento da artrite, e levando em consideração que esta é uma doença auto-imune e que o sistema imunológico está ligado a diversos fatores, inclusive ao emocional, esses problemas tendem a piorar o quadro geral do cliente, podendo ocasionar até mesmo o surgimento de outras doenças.


Conclui-se que há uma necessidade da criação de políticas que avaliem melhor a capacidade e o quadro de desenvolvimento da artrite no cliente, para então agir em conjunto com ele de forma eficaz e humanitária, evitando o desdém e o abandono social.


Mauricélio G.S

Um tributo às mulheres

terça-feira, 13 de setembro de 2011

"Ainda não se conhece exatamente as causas, mas os médicos suspeitam que os hormônios desempenhem um papel importante no desenvolvimento da AR. "Acreditamos que os hormônios masculinos podem proteger os homens de alguma forma. Assim como sabemos que, em alguns casos, a doença começa a se manifestar um ano após a gravidez, que é quando a mulher passa por uma mudança hormonal grande, que pode afetar o sistema imunológico", explica o reumatologista Ronald van Vollenhoven, chefe do Karolinska Hospital, na Suécia. "(MARILIZ PEREIRA JORGE da Folha de S.Paulo)


Pesquisando pela internet pessoas com essa enfermidade, percebi que a maior parte delas eram mulheres, em uma proporção esmagadora. Não bastasse todas as dores enfrentadas por elas, desde a dor do parto à dores relacionadas ao sentimental, o rancor, a brutalidade e o orgulho masculino, elas ainda travam uma luta contra sua própria genética.



A mulher é o alicerce da vida, ela carrega consigo a calma, a paz, o amor e tantas outras qualidades. Uma curiosidade sobre as mulheres é que durante a gestação, além de carregar consigo a criança por 9 (nove) meses, e consequentemente ser ela a mantenedora dos substratos alimentares da criança durante esse tempo, no momento da fecundação ocorre dois fatos que tornam as mulheres ainda mais importantes:


1º O gameta feminino (óvulo) se divide em quatro células; Na primeira etapa ele se divide em 2 (duas) células e uma é reabsorvida pela outra célula (a célula absorvida se chama corpúsculo ou glóbulo polar); na segunda etapa ele se divide novamente formando outras duas células ocorrendo o mesmo processo anteriormente citado. A célula resultante será o óvulo maduro, que é uma célula volumosa e cheia de vitelo.


- O importante desse processo é que, o vitelo é uma estrutura que funciona como reserva nutricional para alimentar o embrião, ou seja. Quem alimenta o filho da fecundação ao nascimento é a mãe.


2º As mitocôndrias presentes no espermatozóide se encontram em sua cauda,pois lá é a região de maior atividade metabólica da célula devido a necessidade de movimentos da cauda para a locomoção. Durante a fecundação, o espermatozóide perde a sua cauda, e consequentemente, o que entra na célula é apenas a cabeça do espermatozóide, contendo o seu material genético.


- O que se pode tirar disso é que, a criança a ser formada terá apenas as mitocôndrias de suas mães, já que as mitocôndrias paternas se perderam com a cauda.


Conclusão: As mulheres foram escolhidas (aleatoriamente ou divinamente) para ser não somente um objeto sexual, mas na minha concepção, a “ponte da vida”. A maior parte da criação de uma criança é devido a ela (o pai só doa o material genético), e é nela que a sociedade e a própria naturalidade humana pisa (pisava, isso mudou) e joga a maior parte de suas dores e moléstias, assim como uma ponte, que liga duas nações, mas não é percebida...


Parabéns mulheres.


Mauricélio G.S

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Não escrevi esse blog com a finalidade de discutir a religião (apesar de ser Cristão Protestante), e sim mostrar a minha concepção sobre a AR, porém é necessário relatar algo, no mínimo interessante de se saber.

Antes de mais nada, quero pautar que nem sempre tive FÉ, talvez porque o homem só crê no que ele vê, e para se ver DEUS, é exatamente o oposto (crer para ver). Seguindo essa linha de raciocínio o homem jamais veria/sentiria a presença divina, porém através de sua eterna misericórdia eu fui encontrado e resgatado de um estado de dor e solidão.

Até meus 9 anos de idade, eu fui uma criança comum, que brincava, pulava e corria, porém estranhamente desenvolvi os mesmos sintomas antes relatado (Clique aqui para ver) e que indicavam um novo quadro de Febre Reumática. Depois desse processo (Diagnóstico, evolução do problema e alta), comecei a perceber que gradativamente eu perdia meus movimentos e força. Os anos foram se passando e atos corriqueiros e comuns (como sentar ao chão, por exemplo) se tornavam difíceis de serem execultados.

As dificuldades criaram dentro de mim um sentimento de revolta, que me fizeram pensar até em suicídio, entrando aí o papel da FÉ. Não convém dizer como ocorreu a minha conversão, porém após o momento que passei a frequentar uma igreja meu quadro melhorou 50% (e isso engloba as áreas física e psicológica).

O que quero passar através desse pequeno relato é que tenha FÉ!! Eu não posso te obrigar a crer que DEUS existe, se nem ele faz isso (livre arbítrio), mas posso te garantir que se você crê que algo maior pode te ajudar, se você tem esperança que tudo isso pode acabar e que não é o fim, você pode sim vencer as barreiras científicas. Não se definhe mediante a algum problema, mostre a ele que você é maior (com Fé em Deus ou seja como for), apenas não desista...


Para pensar

Tudo que existe, está ligado a sua força criadora, e sem essa ligação, a vida se desfaz. Um exemplo disso é uma árvore, que veio da terra, e sem a terra, por falta de nutrientes ela morreria. Assim também é o homem que longe da terra (afinal viemos dela também), não conseguiria se alimentar do fruto nem beber da água que dela jorra vindo a falecer. O corpo veio da terra, mas a alma veio de Deus, logo, se ela se desliga de Deus, ela morre, e uma alma morta (somos um só) mata também o corpo, tornando-o doente....


Fonte imagem: http://oracoes-descoordenadas.blogspot.com/2010/04/arvore-da-vida.html

Mauricélio G.S